Nos hiatos entre um treino e outro, pretendo contar algumas aventuras que aconteceram comigo andando de bicicleta. Começando com essa:
Eu costumava andar muito de bicleta nas praias da Zona Sul do Rio e vez por outra subia o Mirante do Sétimo Céu, no final da praia do Leblon, só para descer apostando corrida com um amigo.
Numa das vezes, já estava no fim da tarde e a cada descida bem sucedida ganhávamos mais confiança e nos arriscávamos mais... e o freio já comprometido da minha bicleta ficava pior ainda.
Na última descida já estava escuro, mas mesmo assim descemos como loucos, pedalando desesperadamento no trajeto sinuoso pra conseguir fazer a próxima curva um na frente do outro. Numa das curvas no meio do caminho eu estava na frente e perto ao meio fio tinham muitas folhas secas. Como estava muito rápido, tive que fazer uma curva muito aberta e derrapei neste monte de folhas; o que me impediu de cair foi o meio fio, onde ganhei aderência novamente e continuei firme em primeiro. Alguns metros à frente uma transeunte assustada quase foi atropelada pela minha bicicleta. Ora bolas, o que essa mulher estava fazendo na pista da corrida a essa hora?
Sem ficar nem um pouco intimidado (pelo contrário, a adrenalina da derrapada só me deu mais disposição) pedalei como um condenado fugindo da forca . Na curva seguinte o resultado não podia ser diferente:
Mesmo sem começar a fazer a curva eu percebi que estava rápido demais e nem tentei virar, só freiei. Mas o freio não quis me obedecer e continuei em direção a um paredão de rocha. A sorte é que o freio teve pena de mim e de tento esganá-lo, ele resolveu dar seu último suspiro e me livrar de me quebrar todo no paredão, apenas bati de leve.
Essa foi a última corrida daquele dia e uma das últimas lá no Sétimo Céu. Depois conto as corridas na estrada da Vista Chinesa, essa sim teve grandes emoções. Só pra comparar, a subida do Sétimo Céu não deve ter nem 500 metros, a da Vista Chinesa pelo Horto tem uns 5 quilômetros.